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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Kit da polêmica


 A mais nova polêmica do momento é a distribução do chamado "kit gay" pelo Ministério da Educação para as escolas do país. Bom, eu vi os vídeos que estão no youtube e que supostamente seriam do kit do MEC. O ministro da educação Fernando Hadad esclareceu que eles não fazem parte do "kit", e que o material ainda não foi distribuído às escolas.
Mesmo assim, a polêmica está no ar, com os intratáveis evangélicos arvorando-se direitos e arrotando sua moral de rebanho, dizendo que isso irá estimular meninos e meninas a se tornarem homossexuais... Quanta besteira... Será que em pleno século XXI, esses ignorantes ainda acreditam na História da Carochinha?
Eu sou homossexual, e garanto que não fui estimulado a isso. Também não decidi ser assim, do dia para a noite. O caminho da aceitação foi difícil, duro e solitário. Quem em sã consciência se tornaria um pária para a sociedade, sabendo o quanto te odiariam por isso? Somos assim e pronto. Nós não escolhemos ser homossexuais por causa de modismos ou das "más companhias", aconteceu assim, sem que tivessemos o poder de escolher.
Me pergunto porque esses malditos evangélicos não se preocupam em melhorar aquele antro de concupiscência que é o Congresso Nacional, e do qual eles fazem parte. Muitos deles são corruptos, criminosos, bandidos, porém é mais prático para eles fazer polêmica com algo que diz respeito ao combate à violência, para que os adolescentes homossexuais não fiquem marginalizados, ou abandonem a escola, ou pior, se matem por conta do preconceito da sociedade.
Esses senhores prestariam um imenso favor ao país se combatessem a corrupção, o desvio de dinheiro público, a violência contra as mulheres e crianças, melhorar a educação do país, a saúde, a segurança pública. Vemos no Brasil de hoje um levante por parte desses ditos "seguidores de Cristo", contra a liberdade de ser da cada cidadão.
Certa vez briguei com um colega de trabalho por conta disso. Ele é um daqueles seres fanáticos que recebem as bobagens ditas nos púlpitos como verdades absolutas, e assim perseguem e execram o que não conhecem. Fui ríspido e disse que o papel da igrejas, qualquer uma delas, é trazer alento, ensinar coisas boas, acolher os aflitos, não estimular a violência, o embate, muito menos o crime. Que ao invés disso, eles deveriam levar mensagens de amor, compaixão, e melhorar a vida daqueles que acreditam na "palavra", não incitar o ódio. No final ainda lancei a seguinte questão: "Você acha, que se o seu Cristo estivesse aqui agora, ele compartilharia de toda essa discriminação e incitamento ao ódio?". Ele não me respondeu. Também pudera, pois se ele acredita nesse Senhor, ele sabe que Ele teria outra atitude. Afinal, não foi ele que disse: "Atire a primeira pedra quem não tiver pecado, no caso da Madalena?"...
O que se estimula é o ódio, o crime, a violência, o assassinato. Coisas que esse senhores, evangélicos ou católicos conhecem bem, afinal, quanta barbaridades ao longo dos séculos eles perpetuaram? Ou já se esqueceram das mulheres queimadas nas fogueiras da "Santa Inquisição"? Dos judeus e dos muçulmanos
chacinados durantes as Cruzadas? Dos índios e negros, escravizados por não terem "Alma"? Da colonização da América Espanhola, que dizimou toda uma população, com o aval da Igreja Católica, que recebeu bastante ouro por isso? Ou desses evangélicos, que também foram a favor das fogueiras, da escravidão e do racismo?
Senhores, vão trabalhar! Façam mudanças positivas para nosso país! Sejam contra a corrupção, a violência, a péssima educação passada às nossas crianças! Façam como o seu Jesus, amem o próximo. Afinal vocês também têm telhado de vidro, e quem persegue, um dia pode ser perseguido...

2 comentários:

  1. Rapaz, conheci teu blog através de uma resposta ao dentro do armário num post que eu havia comentado, sigo te acompanhando aqui também, achei muito bacana o blog pelas reflexões mais aprofundadas que você faz, acho que "gastar" o cérebro é sempre muito válido, rs...

    Curti muito a frase: "Quem em sã consciência se tornaria um pária para a sociedade, sabendo o quanto te odiariam por isso?", é exatamente como sempre me senti, e esse é parecido com o argumento que uso quando surge o assunto numa roda de amigos/familiares, pior que com isso acaba sempre surgindo a suspeita quanto a minha sexualidade, "Argumentum ad hominem"???rs

    Noite passada tive uma insônia ferrada, e me torturei assistindo o Dignissímo Silas Malafaia falando exatamente sobre o assunto, aliás, dia 1 de Junho a "galera" da Assembleia de Deus em peso estará com 3 trios elétricos no Congresso Nacional em Brasília pois "estão tentando aprovar a pl122 secretamente", Isso ai!!! É lamentável como tentam agregar a imagem de perseguidos aos cristãos num país como o Brasil do séc XXI, pior são os argumentos como "homossexuais não se distinguem em nada dos pedofilos, pois ambos sofrem de um desvio de conduta moral"(ouvi ontem pela boca do "Sr. Silas"), ou outro ótimo, do Dignissimo Bento XVI que diz que o risco do homossexualismo é colocar a raça humana (com míseros 6 bilhões de "especimes") em extinção.
    Posso soar exagerado, mas de verdade as vezes eu tenho a impressão que corremos o risco de nos tornar (mesmo que de forma velada) uma espécie de "teocraria cristã-evangelica", beleza, acho que é um pouco exagerado pensar assim, mas enfim...rs

    Aliás, conheço vagamente o tal projeto de lei, não sei se concordo plenamente com ele, acho meio triste ao mesmo tempo que necessário termos suportes legais para garantir respeito, dignidade e igualdade no nosso país, como assentos preferencias, quotas, etc, sei que é utopia, achava que isso deveria ser instrínseco às pessoas, mas como estamos num país "jovem" com uma história complicada no que diz respeito à direitos NO MOMENTO julgo que as "muletas" são necessárias. Ressalto também que amo o Brasil sem pieguismo, não acho que tenhamos uma história melhor ou pior que nenhuma outro por ai...

    Espero que o MEC lance uma diretriz com base no respeito às diferenças de forma geral, apoiando a convivência, o conhecimento, os esportes e artes (que estão em terceiro plano nas engessadas "grades curriculares") e fazendo com que as crianças e jovens se conheçam melhor, acho que é papel da escola promover a convivência entre os grupos, inclusive entre os pais. É natural que se forme grupos de amigos com gostos distintos, mas penso que a escola tem o importante papel de não permitir que isso vire uma disputa de "gangues", conheço um caso lamentável onde um grupo de alunos que sofriam intimidação até física, por serem o que se classifica de "nerds" foi orientado pelo COORDENADOR PEDAGÓGICO à ser mais maleável e tentar se enturmar, porque segundo ele, eles eram os culpados por serem tão "fechados e com gostos diferenciados"... É triste!!!

    Acho que ao invés de fazermos proselitimo religioso ou de gênero (porque eu particularmente acho que existe proselitimo em vários grupos de defesa do meio gay também), deviamos lutar mais pra promover a nossa sucateada educação em especial através das artes e do esporte, que eu não tenho dúvidas, salvam vidas... Enfim, como o assunto foi religião, o caminho é complicado mas (mesmo não sendo religioso) tenho "fé" que chegamos lá, nada mais simples e mais complicado que o amai-vos, rs...
    E me desculpa pela extensão do texto,
    Abraço!!

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  2. Valeu Alexandre pelo comentário! Fico feliz por minhas ideias fazerem eco. Em relação as "muletas", acho, assim como você, muito triste termos que ser aceitos e respeitados por intermédio de leis específicas, cotas ou qualquer outro tipo tipo de suporte, pois acredito que este tipo de intervenção só aumenta a discriminação, vide as cotas raciais, que estão criando no Brasil um conflito racial, coisa inexistente por aqui, mesmo havendo preconceito contra negros e índios. Acredito na EDUCAÇÃO, pois ela sim tem o poder de mudar a mente das pessoas, mas infelizmente em nosso país, ela está deixada de lado há muito tempo.
    Em relação aos evangélicos, só te digo uma coisa: não se sinta intimidado por conta de tanta besteira. Relacionar pedofilia à homossexualidade é de fato uma ignorância tremenda. Sobre artes e esportes, concordo com você, pois eles, principalmente o esporte, tem esse poder de agregar diferenças, e motivar que os pratica a se superar. Quanto ao tamanho do comentário, fique tranquilo, pois este espaço é para caras como você poderem opinar, comentar e desabafar. Forte abraço!

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